quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Juliette Binoche em “Cópia Fiel”, de Abbas Kiarostami, primeira cena, momento curto, menos de 10 segundos.


Uma mãe que quer muito assistir a uma palestra, sentada na primeira fila. O filho adolescente, de pé num canto jogando um joguinho, fica fazendo gestos e pentelha para ir embora. Apenas no gestual, ela pede para ele parar, não com irritação ou impaciência, mas com um certo sofrimento por saber que vai ter que perder essa briga, o que mostra com mais precisão o quanto era importante para ela ver aquilo, ao mesmo tempo revelando algo da natureza da relação dela com o filho e talvez até algo de sua baixa auto-estima. Tudo isso é rapidamente escondido pelo micro-movimento seguinte de Binoche: a máscara social de mãe irritada e tentando impôr limites ao filho - papel que o personagem tem que fazer, seja para “educar” o próprio filho, seja para parecer uma boa mãe aos olhos dos outros à sua volta.



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